A distância entre esporte e educação escolar

“Como uma escola pública vai desenvolver o esporte se, muita das vezes, não tem estrutura mínima?” Questiona o professor da Faculdade de Educação Física da UFJF, Maurício Bara.

Desenvolver o esporte, incentivar a prática e investir na formação de atletas são objetivos fora das pautas principais das escolas públicas brasileiras. De acordo com o professor Maurício, “algumas escolas até desenvolvem trabalhos interessantes, mas, por se tratar de uma minoria, a falta de competitividade acaba prejudicando a evolução do sistema.”

Além da estrutura precária oferecida, a falta de cultura é outro fator determinante no esporte escolar. Não existe um modelo que vislumbre o desenvolvimento esportivo para os alunos. A iniciativa e a oferta para o desencadeamento de uma carreira profissional como atleta é ofertada hoje pelos clubes espalhados Brasil afora.

Ainda assim, segundo Maurício, a perspectiva é bem diferente de algo propiciado, por exemplo, pelos Estados Unidos, onde os norte-americanos conseguem aliar educação ao esporte há décadas. “A presença do esporte na educação é um modelo americano, esse trabalho voltado à criança começar a praticar um esporte e competir pela sua escola e mais tarde pela sua universidade é muito forte lá.”

Analisando as ligas universitárias dos Estados Unidos e as do Brasil, o professor fala que é impossível atribuir uma linha comparativa, pois são realidades completamente diferentes. “Não existe esporte universitário no Brasil. O que acontece é uma organização entre as faculdades para confraternização, em práticas completamente amadoras. Muito diferente do investimento e profissionalismo que as ligas norte-americanas protagonizam, até porque, trata-se dos futuros atletas profissionais no país.”

A oportunidade de ingressar em uma Universidade e participar de uma liga nos EUA

Flávia Guedes, 23 anos, está nos EUA há quatro. Ela trocou o sonho de ser jogadora de futebol no Brasil para estudar no Columbia College, universidade norte-americana localizada no estado do Missouri.

Ao ingressar na universidade, Flávia Guedes mantinha uma dupla jornada, cursava engenharia e treinava pelo Cougars, time de futebol feminino da Universidade, que disputa a Conferência Meio-Oeste americana.

O Agora JF conversou com a jovem sobre a experiência de estudar e atuar em uma liga universitária norte-americana.