Guto Lima: uma lenda viva do motocross busca reconhecimento nos EUA
- Júlia Sales
- 21 de jun. de 2017
- 2 min de leitura
Perto de completar 51 anos, o piloto juiz-forano Guto Lima conta que os 36 anos de carreira parecem toda sua vida. “É tudo que eu sempre fiz. Eu treinava, malhava e competia. Fazia isso toda semana, o mês todo em todos os anos... Tanto que eu fui ter filho com mais de 40 anos de idade, porque minha vida era correria, sempre estava viajando para competir. ”
Guto começou aos 14 anos no motocross e no caminho se aventurou por outras modalidades como jiu-jítsu e mountain bike. Com um extenso currículo, que inclui inúmeros títulos, o piloto, inevitavelmente, lembra as dificuldades do caminho. “Dormia em caminhão quando não tinha patrocínio, em hotel quando tinha... viajava Brasil afora e pelo mundo, fazendo prova por todo lado para manter ritmo de treino e a situação financeira.”
Há um ano o piloto mora com a família nos Estados Unidos, onde instalou a Guto Lima Sport School, escola voltada para o motocross, BMX, skate, surf, jiu-jítsu e natação que atende toda a região Sul da Costa da Califórnia, principalmente as cidades de Ventura, Santa Paula, Filmore e San Bernardino. Além de ter novos alunos, Guto recebe pilotos brasileiros para treinar e dá assistência e suporte nas competições no país.
A decisão de se mudar do Brasil foi pela falta de apoio e oportunidade no motocross. Durante alguns anos, Guto tentou fomentar o esporte na região, mas o retorno e a valorização esperada não vieram. “Uma geração toda que tem muito potencial está totalmente prejudicada com o sistema político e com os apoios que poderiam ter, mas não têm.”
Ele conta que percebeu que o motocross parece não ser considerado um esporte no Brasil, não tem reconhecimento. Quando tentou dar aulas no país, as pessoas não achavam que deveriam pagar, como se fosse uma brincadeira e não algo sério. E isso, segundo Guto, é o oposto das experiências que ele tem tido nos Estados Unidos até agora.

O piloto juiz-forano tem dois filhos que seguem seu caminho no esporte. Guilherme, 9 anos, e Gustavo, 11, praticam skate, jiu-jítsu, motocross e BMX, e já despontam em algumas competições. Mas Guto revela que ainda é cedo para falar em profissionalismo: “tem que ter uma oportunidade boa e na hora certa”. Desde que se mudaram para os Estados Unidos, os meninos já participaram de duas competições e ganharam ambas.
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Para o ano de 2017, apesar de estar treinando menos por conta do trabalho, Guto pretende participar do Campeonato Mundial de Veteranos (World Vet Motocross Championships Glen Helen, na categoria Pro 50’s, acima de 50 anos) em novembro. “Quem sabe eu consigo chegar entre os cinco primeiros ou ganhar? Não sei... vou treinar mais a partir do próximo mês para chegar um pouco melhor nessa competição”, planeja Guto, aos risos.
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