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Especialistas analisam repercussão das delações de Joesley Batista ao MPF

  • Gustavo Fonseca
  • 18 de mai. de 2017
  • 2 min de leitura

O conteúdo da delação premiada do empresário Joesley Batista, da JBS, nesta quarta, 17, ao Ministério Público Federal, provocou comoção e reviravoltas no cenário político nacional. O agente da maior produtora de proteína animal do mundo gravou conversas que teve em dois encontros com o presidente Michel Temer. Nas gravações, Temer teria concordado com o pagamento de mensalidades ao ex-deputado Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro, ambos presos pela Lava-Jato, para que não se pronunciassem com informações que ajudassem nas investigações conduzidas pela operação em Curitiba.


Com este cenário, a crise política se agrava. Atingindo o atual presidente da República, as delações também dariam conta do envolvimento entre o senador afastado Aécio Neves e o deputado federal do estado do Paraná, Rodrigo Rocha Loures, em um esquema de propina ordenado em R$ 2 milhões.


De acordo com o jornalista e diretor-executivo do portal Transparência Internacional, Manoel Galdino, “é difícil precisar quais serão de fato as consequências das novas denúncias, quanto à situação política do presidente”. Hoje, a Constituição prevê, em caso de renúncia ou de um processo de impeachment, eleições indiretas, dentro do Congresso Nacional. Para Galdino, a grande sensação da população é que,“se confirmada a procedência das gravações, deverão ser exigidas, das instituições competentes, medidas imediatas contra os envolvidos”.



Manoel Galdino ressalta a importância dos órgãos de controle no combate à corrupção. Foto: Reprodução Internet


Ainda segundo o jornalista, a insatisfação com os líderes políticos por parte dos mais variados setores da sociedade civil enfraquece a velha política e “impulsiona a necessidade de mudanças e punição de corruptos, encarnada pela Lava-jato”. Porém, Galdino ressalta que um possível efeito colateral seria a eleição de um “aventureiro” nas próximas eleições. “Um processo similar ao que aconteceu nos Estados Unidos, com a eleição de Trump, pode se repetir no Brasil, e isso se tornaria um problema ainda maior no futuro”, adverte.


‘Crise política congela a retomada do crescimento econômico’


"Os desdobramentos dessa nova etapa da Lava-Jato abalam os alicerces do governo, às vésperas da aprovação da contestada, mas necessária, reforma política.” Assim define a economista e professora de finanças da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Fernanda Perobelli.


Para Fernanda, a revisão das leis trabalhistas, que preveem “flexibilização das relações do emprego e estimulam a criação de novos postos de trabalho”, e a reformulação da Previdência, “que equilibraria os déficits públicos, promovendo baixa nos juros e mais investimentos”, seriam vitais. “A crise política congela a retomada do crescimento econômico”, destaca a especialista, apontando que essa seria a principal marca do governo Temer, que já trabalhava com o aumento dos indicadores financeiros desde abril.


No mercado, a principal bolsa de valores nacional, Ibovespa, opera em queda brusca, tendo, inclusive, o pregão interrompido na manhã desta quinta, 18, pelo circuit breaker, um mecanismo de controle de variação dos índices.


Fernanda salienta que o mercado é “sensível a incertezas, reagindo aos boatos muito antes das confirmações dos fatos.” A repentina alta do dólar, inclusive, na casa dos 5% na manhã após a delação de Joesley Batista, é um exemplo. “Essas mudanças repentinas podem significar um processo de enfraquecimento da economia interna, diante do que está por vir na conjuntura política nacional”, explica.

Fernanda Perobelli avalia cenário econômico após delação de empresário da JBS. Foto: Reprodução da Internet


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