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Crise ou oportunidade? Entenda o que há por trás do marketing multinível no Brasil

  • Aline Introvigni
  • 15 de mai. de 2017
  • 4 min de leitura


Esse breve depoimento que você acabou de ouvir, é de Roberta Gazeta, consultora de uma das principais marcas de cosméticos e maquiagens atuantes no mundo, a Mary Kay. Roberta é estudante da UFJF, tem uma filha de um ano e não possui outra fonte de renda além das vendas para Mary Kay. Se tornou revendedora há dois meses, e mostra estar satisfeita com os primeiros resultados de seu trabalho com o marketing multinível.



Assim como ela, muitas outras pessoas vêm ingressando nesse ramo, principalmente em tempos de crise. Para o economista Pablo Miranda isso ocorre pela “Possibilidade de dinheiro fácil. Quando uma pessoa convida a outra para ingressar no marketing multinível, ela vende uma ideia de ganhar um bom montante de capital sem muito esforço, podendo ser um complemento, ou, por vezes, ser a fonte principal de renda”. Independentemente do motivo, esse segmento tem crescido cada vez mais no Brasil, numa proporção de 18% anualmente.


Para entender as razões desse crescimento e, principalmente, como esse segmento funciona, nós conversamos com revendedoras das principais marcas de vendas multinível do país.



Afinal, o que é Marketing Multinível?

O marketing multinível é um modelo de vendas diretas que inclui também o recrutamento indireto de vendedores e participação em seus resultados. De acordo com a Associação Brasileira de Vendas Diretas (ABEVD), é um sistema de comercialização de bens de consumo e serviços baseado no contato pessoal entre vendedores e compradores, fora de um estabelecimento fixo. No sistema multinível, além do lucro direto com as vendas, o revendedor que indicar outros para o mesmo trabalho ganha uma porcentagem em cima de suas vendas.


A ABEVD, que registra as principais empresas desse meio no país, afirma que existem hoje no Brasil mais de 4,5 milhões de pessoas trabalhando com revenda. O país ocupa a quarta posição no ranking da World Federation of Direct Selling Associations (Federação Mundial de Associações de Vendas Diretas, em tradução livre), atrás apenas dos Estados Unidos, Japão e China.



Porém, mesmo com todos esses números a favor, ainda há quem não acredite num modelo de marketing multinível verdadeiramente sustentável, e afirme que a internet está aí para torná-lo um sistema obsoleto e ultrapassado. Natália Cremonezi, que trabalha exclusivamente com a marca Hinode desde 2015, não acredita nisso. Para ela, o primeiro passo para alcançar sucesso nesse ramo é a pesquisa: “Eu já buscava algo em que eu pudesse empreender, e quando eu conheci a Hinode eu vi que era a oportunidade para mim. Eu pesquisei muito em relação a empreender, o que era realmente, e uma das coisas mais importantes que eu pude notar é que a todo tempo nós estamos vendendo, seja uma imagem, produtos ou serviços. Foi quando eu vi que era algo muito maior que revenda, algo em que eu pudesse também construir uma equipe de consumidores de produtos e pessoas que gostariam de algo diferenciado no mercado, seja uma renda extra ou uma renda extraordinária.”



Trabalho dobrado



Embora um dos principais argumentos de quem trabalha com o marketing multinível e busca recrutar novos membros seja a facilidade de adaptar esse tipo de trabalho com seu dia a dia e a possibilidade de escolher a melhor forma de trabalhar, engana-se quem pensa que essa seja uma tarefa simples, que demande pouco esforço. No multinível, além das vendas de um produto, é necessário também atrair novos membros para formar uma equipe, gerando lucro indireto. “O segredo de qualquer negócio bem sucedido, são pessoas. O foco está nas pessoas, e quando você entende o outro, fica mais fácil você saber o que o outro quer”, afirma Natália, que tira toda sua renda mensal das vendas de produtos Hinode.

Quando se tem uma equipe própria, o trabalho é maior, pois é necessário oferecer suporte para todos os integrantes, como treinamentos, orientações e premiações. No caso de Natália, que se dedica totalmente a esse trabalho, há tempo para inovar na organização: “A minha empresa trabalha com uma forma de divulgação bem interessante, ao invés de divulgar a marca através dos meios de comunicação, ela remunera os condutores para divulgar a marca, os produtos e a oportunidade.” Já Roberta, que divide seu tempo de trabalho com a faculdade, confessa que ainda não conseguiu tempo suficiente para se dedicar como gostaria: “Eu estou só há dois meses e estou tendo que dividir o tempo com uma faculdade integral e com uma filha. Eu tenho me organizado pouco em relação às vendas, por isso não tenho tido o retorno esperado, mas é coisa de organização. Na hora em que eu começar a me organizar melhor, eu vou conseguir aumentar o meu orçamento mensal.” Por enquanto, Roberta divulga seu trabalho principalmente com a ajuda da internet.


Marketing Multinível X Pirâmide

Muito se compara o esquema multinível com o esquema de pirâmides. Isso, pelo fato de o lucro de um vendedor também ser gerado através da produtividade de outros distribuidores recrutados por ele. Mas isso nada tem a ver com pirâmide.


No esquema de pirâmides não existem produtos sendo comercializados para consumidores fora da rede. Caso haja, essas mercadorias não têm valor de mercado compatível com o investimento inicial, servem apenas como pretexto. Além disso, só se obtém lucro com a entrada de novos participantes. Quem investe para entrar, só sobrevive na pirâmide se conseguir recrutar novos membros. Sendo assim, as pirâmides têm prazo de validade, pois chega uma hora em que não se consegue mais recrutar novas pessoas. Pablo Miranda faz um alerta sobre esse tipo de sistema: “As pessoas que ganham dinheiro são as que trabalham mais e que ingressam no começo. Quando a pirâmide cai, elas já estão mais tranquilas, pois conseguiram um volume de capital.”



Fórmula de sucesso



Não há dúvidas que o marketing multinível ainda gera polêmicas e desconfianças, porém, quando praticado da maneira correta, pode se tornar um modelo de negócios sustentável baseado na produtividade e na criação de relacionamentos sólidos entre empresa, revendedores e clientes.



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