III Slam Poético da Ágora reúne artistas e público em escola municipal
- Yann Barbosa
- 16 de mai. de 2017
- 3 min de leitura
A III edição do Slam Poético da Ágora aconteceu no último sábado (11) e movimentou a Escola Municipal Santa Cândida, localizada no bairro Santa Cândida, em Juiz de Fora. A competição contou com 14 artistas da cidade e atraiu os olhares do público presente. O Slam é uma batalha de poesia tradicional que existe desde a década de 50 e se consolidou ao longo do tempo. Basicamente, os poetas que participam da disputa, apresentam o seu repertório autoral para o público e para os jurados selecionados, e no final escolhe-se um vencedor.
Podem participar da batalha entre oito e 20 poetas a cada edição do Slam e a poetisa Laura Conceição foi uma das artistas presentes na disputa. Ela venceu a segunda e terceira edições do Slam e se tornou bicampeã.
Motivada pela vontade de mostrar a sua poesia para quem precisa ouvir, a artista conta que as duas vitórias foram surpresas para ela. “O nível das duas competições estavam altíssimos, e tinham grandes poetas, ídolos meus, competindo também”, disse ela que ainda comemorou a final ao lado dos amigos Débora Deolindo e Daniel Chagas, respectivos segundo e terceiro lugares. “A gente ficou muito amigos no II Slam e ficamos hiper felizes de termos feito essa final juntos, foi uma final entre amigos”.
Para o presidente da Confraria dos Poetas, Éric Meireles, o evento foi uma atividade vitoriosa em todos aspectos. “A gente conseguiu cumprir todas as perspectivas que nós tínhamos e fomos até além. Seja pela qualidade dos poemas, seja pela presença do público, na qualidade estética e na organização do evento”. O público presente no local da competição contou com alguns alunos da Escola Municipal Dilermando Cruz, no Vila Ideal e de Simão Pereira, além da participação dos próprios estudantes da escola no bairro e outras diversas pessoas.
Participando pela primeira vez do Slam, a poetisa Juliana Costa já realiza performances há cinco anos a convite de escolas e de pessoas que realizam eventos na cidade e conta que logo surgiu o interesse em participar dessa competição.
“Enquanto poeta, busco fazer com que a poesia que eu escrevo dialogue com a sociedade, promova um ato de reflexão e de empoderamento, fazendo com que os meus ouvintes rompam com os seus próprios silêncios, como eu faço com os meus. Cada um rompe com palavras diferentes os seus silêncios”. Apesar de ser uma disputa, ela conta que a relação entre os artistas envolve divertimento e o respeito pelo poeta que transmite e conquista o público com suas palavras. “As poetas e os poetas nem todos se conhecem, entretanto, o contato quando ocorre é de mútua admiração e respeito pelo fazer artístico que cada um realiza através das palavras”.
Escritora de literatura negra brasileira desde o início da publicação de seus textos nos Cadernos Negros (antologia de São Paulo reconhecida internacional e nacionalmente desde a década de 70, onde a maioria dos escritores negros reconhecidos já participaram ou iniciaram carreira na antologia), Juliana produz textos que falam do lugar social do negro e tratam de temas importantes. “Eu falo de racismo, privilégio branco, estereótipos, também de resistência, de superação, enfim falo do meu lugar, falo desconstruindo e evidenciando opressões”. As principais influências da artista são Miriam Alves, escritora contemporânea, e o mestre Machado de Assis, com o uso da ironia em seus textos.
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